segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Transubstanciação


Não hás de ver o pão e o vinho simplesmente como elementos naturais, porque o Senhor disse expressamente que são o seu Corpo e o seu Sangue: a fé te assegura, ainda que os sentidos possam sugerir-te outra coisa”. São Cirilo de Jerusalém

Transubstanciação é o conjunto das palavras latinas “trans” (além) e “substantia” (substância), ou seja, a hóstia muda sua substância extraordinariamente. Assim, através da graça do Espírito Santo, ocorre a conversão total do pão no Corpo de Cristo; e do vinho, no Seu Sangue. Ocorre no momento eucarístico da Missa, mais especificamente quando o Padre, IN PERSONA CHRISTI (em pessoa de Cristo), cita a passagem em que Cristo instituiu a Eucaristia: “Pegando o cálice, deu graças e disse: ‘Tomai este cálice e distribuí-o entre vós. Pois vos digo: já não tornarei a beber do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus’. Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: ‘Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim’. Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: ‘Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós... ’ ”Lc 22, 17, 20. Quando ocorre tal fenômeno, a hóstia torna-se o Corpo, Sangue, Alma e Divindade sem haver nenhuma mudança nas propriedades físicas, como sua forma, seu gosto, seu cheiro. Essa é a forma que o fiel tem para se unir a Cristo.

Segundo o catecismo, “Porque Cristo, nosso Redentor, disse que o que Ele oferecia sob a espécie do pão era verdadeiramente o seu corpo, sempre na Igreja se teve esta convicção que o sagrado Concílio (de Trento) de novo declara: pela consagração do pão e do vinho opera-se a conversão de toda a substância do pão na substância do corpo de Cristo nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu sangue; a esta mudança, a Igreja católica chama, de modo conveniente e apropriado, transubstanciação”. Pg. 1376

Houve, na cidade italiana de Lanciano na Igreja do mosteiro de São Legoziano, por volta dos anos 700, o milagre de Lanciano. Eis a história:
Entre os monges do mosteiro de São Legoziano havia um monge que se fazia notar mais por sua cultura mundana do que pelo conhecimento das coisas de Deus. Sua fé parecia vacilante, e ele era perseguido pela dúvida de que a hóstia consagrada fosse verdadeiro Corpo de Cristo; e o vinho, Seu verdadeiro Sangue. Certa manhã, celebrando a Santa Missa, após proferir as palavras da Consagração, a hóstia converteu-se em Carne viva; e o vinho, em Sangue vivo.  Apresentava, como ainda hoje se pode observar, uma coloração ligeiramente escura e tinha uma aparência fibrosa; o Sangue era de cor terrosa (entre amarelo e o ocre), coagulado em cinco fragmentos de formas e tamanhos diferentes. Desde 1713, até hoje, a Carne passou a ser conservada numa custódia de prata; e o Sangue, num cálice de cristal. E em 1902 as relíquias foram colocadas no segundo tabernáculo do altar monumental, cidade Lanciano, onde permanece até hoje. Em 1970, os Frades Menores Conventuais convidaram o Dr. Odoardo Linoli, assessorado pelo Prof. Ruggero Bertelli, para examinar tal milagre. Após alguns meses de trabalho, exatamente a 4 de março de 1971, os pesquisadores publicaram um relatório contendo o resultado das análises:
•  A Carne é verdadeira carne;
•  Sangue é verdadeiro sangue;
•  A Carne é do tecido muscular do coração (contém, em seção, o miocárdio, endocárdio, o nervo vago e, no considerável espessor do miocárdio, o ventrículo cardíaco esquerdo);
•  A Carne e o Sangue são do mesmo tipo sangüíneo (AB) e pertencem à espécie humana;
•  No Sangue foram encontrados, além das proteínas normais, os seguintes minerais: cloreto, fósforo, magnésio, potássio, sódio e cálcio. As proteínas observadas no Sangue encontram-se normalmente fracionadas em percentagem a respeito da situação de seroproteínica do sangue vivo normal. Ou, seja, é sangue de uma pessoa VIVA;
•  A conservação da Carne e do Sangue, deixados em estado natural por doze séculos e expostos à ação de agentes físicos, atmosféricos e biológicos constitui um fenômeno extraordinário;
Sobre suas conclusões sobre os exames feitos escreveram tal texto: “’E o Verbo se fez Carne!’ - E o impressionante é que é a Carne do Coração. Não a carne de qualquer parte do Corpo adorável de Jesus, mas a do músculo que propulsiona o Sangue e, portanto,  a vida ao corpo inteiro; do músculo que é também o símbolo mais manifesto e o mais eloqüente do amor do Salvador por nós.” Logo, guardemos isto: na Eucaristia eu recebo o Cristo todo inteiro. É verdadeiramente que se dá e que eu como.


Por Lu Zini




OBS: Desculpem a demora, mas nosso convidado para escrever ficou doente, e tivemos que trocar de "escritor" de última hora, por isso o atraso. Grato, Cassiano.

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