quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Getsêmani

Jardim situado no sopé do Monte das Oliveiras, e no Vale de Cedrón, em Jerusalém, onde acredita-se que Jesus e seus discípulos tenham orado na noite anterior à crucificação de Jesus Cristo. De acordo com o Evangelho de Lucas, a angústia de Jesus no Getsêmani foi tão profunda que seu suor se “transformou” em grandes gotas de sangue, que escorriam até ao chão. O Getsêmani também é conhecido como o local onde os apóstolos enterraram Maria.
Em frente ao jardim, está situada a Igreja de Todas as Nações (Igreja da Agonia), que foi construída no sítio de uma igreja destruída em 614 pelo Império Sassânida (povo que dominava a Pérsia), e que posteriormente foi reconstruída pelos cruzados e novamente destruída no ano de 1219. Perto do jardim também se encontra a Igreja Ortodoxa Russa de Santa Maria Madalena, com torres bulbosas douradas, de estilo russo-bizantino, construída pelo czar Alexandre III da Rússia em memória a sua mãe. O jardim foi um ponto de grande foco para os primeiros cristãos peregrinos.







Após o fim da Festa da Páscoa, Jesus atravessou o vale com os onze discípulos para o monte das Oliveiras. Por diversas vezes ele se retirava para o monte e ia até o jardim do Getsêmani para descansar, orar e/ou ter momentos de comunhão com os discípulos, passando, muitas vezes, noites ali. Mas aquela noite era diferente. Ele estava consciente do que viria. Já havia sido traído por um de seus apóstolos e vendido por 30 moedas de prata; Pedro, o impetuoso, o negaria três vezes antes de o galo cantar na manhã seguinte; os demais apóstolos se esvairiam como ovelhas sem pastor; e ele passaria pela farsa de um julgamento, seria despido, açoitado, apanharia, cuspiriam nele e por fim seria crucificado. Sabendo de tudo o que estava para acontecer, ele procurou um lugar solitário para orar.

Jesus deixou oito de seus discípulos na entrada do jardim e lhes disse: "Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar". Logo após levou junto para o jardim, Pedro, Tiago e João. Aconteceu então a espantosa e misteriosa agonia: ele começou a ficar profundamente triste, como se estivesse para morrer. Virou-se então para os três e disse: "Ficai aqui e vigiai comigo”. Se afastou um pouco deles, e caiu com o rosto em terra e orou: "Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres”..
Jesus estava prestes a morrer, e isso era como se fosse uma grande tempestade caindo sobre ele. Será que Ele estava com medo de morrer? Será que esse era o motivo de sua agonia? Será que o cálice que Ele queria que fosse afastado era a morte? Muitos entre o povo de Deus encontraram-se com a morte e hesitaram com medo; mas sabemos com que segurança e tranqüilidade o Senhor suportou a vergonha da cruz.
Não há como compreendermos todo o significado dessa agonia, mas devemos contemplá-la com respeito e gratidão. Se não fosse o Getsêmani, nunca haveria o Calvário. Ele possuía o poder de convocar milhares de anjos e dar um basta nisso quando quisesse. Porém, Jesus, mesmo possuindo tamanho poder, enfrentou todo aquele sofrimento por nós, seres humanos. De onde veio tanta força para não se entregar?
“Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu”. Ele orou intensamente, e lhe caíram lágrimas. Desceu um anjo do céu para consolá-lo e fortalecê-lo. Ele pediu que o cálice fosse afastado dele, mas não foi feito. Ele ainda havia de tomar do cálice, mas com a força do Pai e o consolo do anjo que descera do céu, ele teve condições de suportar o sofrimento todo.
Jesus veio aos apóstolos como se buscasse a compreensão e a afeição deles, em seu isolamento e em sua profunda tristeza. Porém todos dormiam. Ele disse a Pedro: "Então nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?". A tentação estava bem perto. Eles precisavam estar atentos; eles precisavam orar.
Jesus agonizou três vezes em oração. Com tranqüilidade, ele pode por fim dizer: "Se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade". Era chegada sua hora, e ele estava preparado. Ele havia educado sua vontade humana chegando à completa resignação, e à harmonia com a vontade do Pai. Ele estava pronto para morrer por nós.



Sei que talvez possa parecer repetição, mas mais uma vez peço que se pare para uma reflexão, se pare para pensarmos um pouco. Jesus morreu, mas antes de sua morte, passou por um sofrimento incomparável, inimaginável, algo que afirmo ser praticamente impossível que alguém consiga resistir, que alguém consiga resistir a tanta humilhação, a tanta subjugação, a tanta dor. Pode-se chegar a conclusão de que em grande parte das vezes reclamamos de coisas fúteis, coisas que possivelmente não nos tragam nada de crescimento pessoal, e muitas vezes com o conhecimento e consentimento disso, e acabamos não valorizando o sacrifício de Jesus, o sacrifício que Jesus fez por nós.

Agora, pense que você sabe que será morto em digamos 1 dia, e você sabe de que maneira você será morto, por quem, como, o que lhe farão. Imagine agora que além de você saber que irá morrer e conseguir “ver” como será sua morte, um amigo, muito próximo de você irá lhe trair, não apenas uma vez, mas três vezes. Imagine também que por mais que você queira se livrar desta agonia, deste “carma”, você não tem escapatória. Seria ruim não? Seria algo que lhe deixaria com uma tristeza tamanha e uma depressão forte.
Jesus mais uma vez nos deu uma prova do seu amor por nós seres humanos, pecadores. Ele em meio a sua agonia e sua tristeza, seu abatimento, se “conformou” com o que aconteceria, pois sabia que esse era o meio para que nós fossemos salvos. Ele foi humilhado, açoitado, cuspido, crucificado, mas sempre sabendo que isso era por nós. Então mais uma vez, penso, por que não valorizamos o que Ele fez? Por que não valorizamos tamanho ato de amor? Por que? Por que? Acho, e sei, que muitas vezes as coisas fúteis nos “dominam”, e nos cegam fazendo com que ignoremos a sua dor. Mas peço a todos que nesses momentos, lembrem da imagem de Jesus crucificado, e após estes 2 últimos posts, lembrem da maneira que Ele sofreu e por tudo que Ele passou, e pense melhor sobre suas atitudes e escolhas, pois a cada vez que ignoramos sua dor e fazemos coisas contra Ele, é como se nós mesmos estivéssemos pregando-o na cruz. A cada ato desses, é mais um motivo de dor Nele. Por isso pense em suas atitudes, e tente mudar, por Ele, não por mim, nem pelos seus irmãos, mas por Ele.



Por Cassiano

Nenhum comentário:

Postar um comentário